“Duvida da luz dos astros/ De que o sol tenha
calor,/ Duvida até da verdade,/ Mas confia no meu amor.” (William
Shakespeare)
Ruben parou o carro em frente à
entrada do meu prédio. Oh meu deus, há umas horas atrás estava tudo tão
diferente, e agora, no carro com Ruben, sob a iluminação fraca vinda da rua,
sinto o seu olhar preso a mim. Sorriu para ele. A sua mão largou o volante e
alojou-se em minha face, percorrendo a minha mandíbula, queixo e por fim,
acariciando lenta e calmamente os meus lábios. Inclina-se para a frente mas
para, como pedindo permissão para me beijar. Entrego-me de novo aos seus lábios,
macios, com sabor a Ruben. Beijámo-nos durante o que me pareceram uns segundos,
um gemido estrangulado formou-se na sua garganta e com ele a sua necessidade,
que Ruben tentara esconder de mim. Tentei aprofundar o beijo, levando-me para
caminhos desconhecidos, mas ele afasta-se de mim. O que estou eu a fazer? Eu
quero isto, agora? Já? Claro que quero, quero ser de Ruben de todas as formas
possíveis, quero que ele seja meu, só meu, sinto essa necessidade. Agora
percebo que Ruben é o meu salva-vidas. Mas o que é isto? Eu nunca senti nada
assim! Caramba, nem antes de nos separarmos. O que quer que ele esteja a fazer
comigo, só espero que não pare. Nunca.
- Obrigado pelo jantar. – Agradeci na
esperança de me conseguir acalmar.
-Não me agradeças. Estou feliz por
conversarmos. – Oh meu deus, aquele sorriso novamente. Senti-me corar.
- Queres subir? – Desviei o meu olhar
do seu e preparei-me para sair do carro.
- Queres que eu suba? – Ruben estava
com os olhos mais escuros e as pupilas levemente dilatadas. Eu quero que ele
suba? Deixa de ser parva, avisa-me o meu subconsciente. Claro que quero.
Consinto com a cabeça.
- Espera um pouco. – Volto a
acomodar-me no assento enquanto observo Ruben a contornar o seu carro. Através
da sua camisa branca, os seus músculos trabalhados chamavam por mim, as suas
calças encaixavam perfeitamente na sua cintura, a forma como ele se movia…
Ruben abriu a porta do carro para eu
sair e cumpri a minha deixa. No elevador senti-me estranhamente tímida, ainda
de mão dada com Ruben, ele percebeu e, mais uma vez, apertou-me a mão para me
acalmar e o nosso olhar tocou-se. Ruben estava nervoso, não era só eu. Coro
novamente.
Ouviu-se o “Plim” do elevador, larguei
a sua mão para abrir a porta de casa, sentia-o atrás de mim, observando-me. Que
raio, será assim tão difícil abrir a porta? Respirei fundo. Calma Madalena,
calma. Senti, finalmente, o trinco rodar e entrei no apartamento. Estava em
casa, sim, em casa com Ruben, como não estava há muito tempo. Senti falta disto
também, ele realmente já fazia parte da minha vida de forma incompreensível
para mim, agora sabia que era a mulher mais sortuda do mundo por tê-lo comigo,
eu amo-o, eu posso pensar assim. Pousei a mala no móvel da entrada e encarei
Ruben, como podia controlar o meu olhar se o seu me percorria com avidez? O seu
olhar estava carregado de amor, admiração, nervosismo e algo mais que não
conseguia decifrar.
Senti o meu coração parar para depois
bater descompassado enquanto ele fechava a porta atrás de si. Os seus olhos,
aqueles que me deixavam louca, fixos em mim, a sua boca a abrir-se lentamente
enquanto caminhava para mim, dei um irreflectido passo para trás e senti a
parede fria colada às minhas costas. Oh meu deus, sentia-me latejar, fraca,
desesperada pelos seus braços fortes, mas ele não parou, continuou a caminhar
para mim. Muito levemente, senti a ponta dos seus dedos no meu rosto, quentes
na minha pele fria, provocando em mim pequenos arrepios. Fechei os olhos e
separei os meus lábios para poder respirar e aclarar a mente. Os seus lábios
deixavam passar as suas golfadas de ar e eu sentia-as cada vez mais perto dos
meus, pousei a minha mão esquerda sobre o seu ombro enquanto a outra se alojava
no seu peito e recebia os batimentos do seu coração que começava a bater
descompassado. Tudo me parecia lento, as minhas terminações nervosas estavam em
alerta máximo, senti cada parte dos seus lábios tomarem os meus num beijo
terno, cheio de amor tal como antes de tudo, mas agora mais intenso. Ruben deu
fim ao nosso beijo quando tentei aprofundá-lo e eu voltei a abrir os olhos.
Debaixo da fraca luz da entrada, olhei Ruben desiludida. Rapidamente voltei a
sentir os seus lábios enquanto aplicavam pressão sobre os meus, todo o seu
corpo junto a mim, os seus braços fortes que me agarravam na cintura e na nuca
deixando-me imóvel, ali, só para ele. Meu deus, que beijo! Arrepios
percorriam-me, as nossas respirações cada vez mais descompassadas, as nossas
línguas a descobrirem e a redescobrirem caminhos. Sem me magoar, Ruben puxou-me
o cabelo para que deixasse o pescoço exposto, senti a sua língua no lóbulo da
minha orelha e logo de seguida os seus dentes, com beijos molhados, a sua boca
viajava pela minha mandibula, pescoço até que o meu casaco não o permitia
seguir em direção aos meus ombros. Afastou-se novamente de mim, presenteou-me
com um sorriso maravilhado, pousou as mãos nos limites do meu casaco e pediu
permissão para o tirar.
Tremia nos seus braços enquanto o
tecido deslizava sobre mim, aquele sorriso de menino, a minha pele fria
enquanto eu ardia por dentro. E lá estava novamente a sua língua se
movimentando contra a minha pele, da base do meu pescoço até aos ombros onde
plantou leves beijos. Antes que pudesse evitar, soltei um pequeno gemido,
estava totalmente desorientada, senti o seu sorriso sobre a minha pele. Sim,
ele estava a gostar disto. O seu olhar procurava de novo o meu, agora mais
escurecido do que alguma vez tinha visto, este homem era mesmo meu. Não sei o
que me fez ter uma ponta de coragem, talvez o à vontade de Ruben comigo, então
beijei-o, assim como ele tinha feito comigo, os lábios, a face coberta pela
barba que dois ou três dias, o pescoço, até ao V formado pela camisa em seu
peito. Ele tinha um cheiro inebriante, as minhas mãos viajavam pelos seus
abdominais bem definidos, voltei à sua maçã-de-adão onde lhe mordi
delicadamente. Ruben gemeu devido ao meu toque, despertando em mim sensações
estranhas, sentia-me maravilhada e soltei, ainda em seu pescoço, um sorriso
gigante.
Olhei Ruben e o seu sorriso era tão
grande ou maior que o meu, devolveu-me os seus lábios e mordeu-me o lábio
inferior atrevidamente, a sua língua começava a invadir a minha boca e eu
estava perdida… novamente.
- Ruben… - Chamei entre beijos.
- Hum? – Respondeu-me puxando-me mais
para si e enterrou-se novamente no meu pescoço.
- Fica comigo esta noite! - Murmurei
reduzindo o espaço entre nós até ao limite.
- Queres que fique? – A sua voz era
rouca.
- Quero. Fica, por favor. –
Assustei-me com a minha própria sinceridade. Aqui estava eu, ele, sozinhos em
casa, entregues um ao outro, a tudo a que fomos privados durantes semanas.
Estava ansiosa, com medo… sim, sobretudo com medo, medo de desiludir Ruben.
Rendi-me mais uma vez aos lábios de
Ruben e as minhas mãos viajaram, trémulas, para os primeiros botões da sua
camisa. Só queria apressar-me a desabotoar sua camisa mas não conseguia nem
soltar o primeiro botão. Beijava-o com urgência.
- Madalena… - Ruben gemia baixinho. As
suas mãos percorriam avidamente o meu vestido para se instalarem na barra
deste, a meio das minhas coxas. – Madalena, pára. Madalena!
- Ruben, eu… preciso de ti. – Nem
reconhecia a minha própria voz, cheia de desejo, luxuria… amor.
- Eu estou aqui, amor. Estou aqui, só
para ti.
- Eu quero-te Ruben! - A minha voz não
passava de um sussurro. Encostei a minha cabeça ao seu peito, senti a sua
erecção junto ao meu quadril, os botões das suas calças de ganga mal a
conseguiam suportar. Corei. Ruben percebeu que o encarava e moveu-me para que o
olhasse nos olhos.
- Amor, nós não temos de fazer nada.
Eu não quero que te sintas obrigada a nada. – Os seus olhos brilhavam de
sinceridade.
- Eu quero. – Insisti. – Eu quero ser
tua!
- Oh Madalena, tu és minha bebé.
Minha! – Eu sou dele. Claro que sou dele, nunca deixei de o ser. A minha alma e
o meu coração estiveram sempre com ele.
- Tua! – Ruben beija o canto direito
de minha boca e logo a seguir o esquerdo acalmando-me e provocando-me
simultaneamente. Acariciei-lhe a face e desci os meus dedos, percorrendo a sua
pele, até pousar no primeiro botão da sua camisa, novamente. Libertei um a um
enquanto ele me olhava apaixonado, tocando leve e deliberadamente a sua erecção
enquanto desabotoava o último botão. Ruben estava maravilhado e eu cada vez
mais aterrorizada, mas encantada comigo mesma por ter arranjado coragem para
saber tal coisa. Agarrei a sua camisa e arrastei-a pelos seus braços, tal como
ele tinha feito há pouco com o meu casaco, deixando-o em tronco nu e pousei a
minha mão junto de seu coração. Ele sorriu novamente e eu senti-me
envergonhada. As suas mãos dançavam entre os meus quadris e traseiro, e mesmo
por cima do vestido, o seu toque provocava-me pequenas descargas elétricas.
- É mesmo isto que tu queres? –
Perguntou-me mais uma vez com a sua voz rouca, quente.
- Sim. – Voltei a beijá-lo com
necessidade.
- Oh amor… - Ruben geme. Agarra-me
fortemente a cintura e conduz-me até ao meu quarto. Claro que ele sabia ainda o
caminho, ele já tinha dormido várias vezes comigo, na minha cama, enrolado em
mim. Que saudades!
Sem afastar os seus lábios dos meus,
Ruben arrastava-me sempre com as mãos na minha cintura. Abriu a porta com um
simples empurrão e ligou as luzes de parede reduzindo a intensidade. Ruben
cessou o beijo e olhou para mim. Estava intimidada, a vergonha em mim crescia,
mas era isto que eu queria, entrelacei as minhas mãos em frente à barriga e
olhei-as. Senti ao mãos de Ruben subirem da minha cintura até ao meu rosto,
acariciando-o, e ao meu queixo, para me manter a cabeça direita. Olhou-me, mais
uma vez, apaixonado.
- Amo-te. – Ama-me? Ruben ainda me
ama? Depois de tudo?
- Oh Ruben… - Atirei-me para os seus
braços. – Oh Ruben…
- Amor, então? Não acreditas em mim? –
O seu tom de voz envolvia preocupação, ou medo, era difícil de diferenciar.
- É difícil, depois de tudo…
- Esquece o que se passou e acredita
em mim, nunca nesta vida amei tanto alguém!
- Ama-me. Ama-me Ruben. – Suplicava
enquanto os meus lábios necessitados voltavam a procurar os seus. Eu
necessitava dele, mais do que alguma vez necessitei de alguém, não que tivesse
tido muitos namorados, mas na minha limitada experiência nunca tinha sentido
algo assim.
As mãos de Ruben viajavam pelas minhas
coxas, por dentro do vestido, até pousarem nos meus glúteos, pele com pele,
empurrou-me contra si, mais próximos, a sua erecção sentia-se na minha pele,
isto deixava-me ainda mais nervosa. As minhas mãos devoravam as suas costas, o
seu cabelo com avidez. Calma, calma, gritava comigo mesma. Minhas mãos tremiam
quando deixei de sentir os seus lábios nos meus e uma das suas mãos agora
pousava na minha cintura e a outra no fecho, Ruben pedia-me permissão. Sabia
que o olhava de olhos arregalados, corada, Ruben sorriu-me também ele nervoso
mas lutando para não o deixar transparecer. Estávamos de igual para igual.
- Sim. – Era tudo o que lhe conseguia
dizer.
Sem nunca abandonar o meu olhar, Ruben
deslizou lentamente o fecho até ao fim. Por entre beijos fez com que os seus
braços abandonassem as alças do vestido que se acumulava na cintura, apenas um
leve puxão da minha parte e o vestido caiu aos meus pés, deixando-me apenas de
roupa interior e sapatos de salto. Oh meu deus, aquilo era sexy, e era ele que
me dava coragem para o ser. Deu-me a mão para que saísse do vestido, caiu aos
meus pés, de joelhos, para me retirar os sapatos e plantou um suave beijo acima
dos joelhos. O meu corpo queimava, as minhas terminações nervosas cada vez mais
atentas e aqueles pequenos beijos fizeram-me gemer, sim, senti que foram
enviadas vibrações para locais desconhecidos em mim.
Levando-me para perto da cama, Ruben
rapidamente se desfez dos ténis e das meias, logo a seguir do botão e fecho das
suas calças. Queria ter o à vontade que ele tinha para me tirar a roupa, mas
hoje, preferi que fosse ele mesmo a tirar a sua. Continuava nervosa e em pé aos
pés da cama, rodando os polegares. Ruben colocou a colcha para trás e juntou-se
novamente a mim.
- Queres que feche as persianas, meu
amor? – Murmurou.
- Não importa. – Sussurrei. Ruben
chegou-se mais perto e passou suavemente os dedos do meu rosto para o meu
queixo.
Beijava-me a boca, o queixo, percorria
trilhos enquanto nos encaminhava para um dos lados da cama. As nossas línguas
encontram-se, abraçamo-nos apertado, senti todo o seu corpo no meu. Desejei-o
com uma loucura surpreendente. Senti a cama atrás dos joelhos e empurrou-me
gentilmente para que caísse sobre ela, Ruben seguiu-me e ficou suspenso sobre
mim, desarmando-me, o seu corpo emitia ondas de calor que me faziam querer
tê-lo mais perto. Beijámo-nos e descobrimo-nos durante segundos, minutos, as
suas mãos percorriam as minhas curvas, todo o meu corpo, enquanto as minhas
acariciavam os seus abdominais, o seu peito, costas e terminavam loucamente nos
seus cabelos. A sua boca ambiciosa descia pelo meu pescoço, plantando pequenos
beijos molhados ao longo do esterno, entre os meus seios, prolongando até ao
umbigo para depois plantar o último beijo acima da linha das minhas cuequinhas.
As minhas pernas, de forma instantânea, apertaram-no e então voltou à minha
boca, gemendo baixinho, mas acalmando-me durante mais alguns minutos.
Senti um impulso da sua parte e deixei
de sentir grande parte do seu peso, a sua mão esquerda acariciou-me o rosto e,
com pequenas carícias, percorria as minhas costas parando quando encontrou o
tecido do meu soutien. O momento aproximava-se e eu tinha de estar preparada
para me mostrar a Ruben de uma forma que nunca tinha feito com ninguém, ele ia
ver as partes mais íntimas do meu corpo, eu queria isso, mas… será que estava à
altura das suas espectativas? Bem, ainda bem que hoje tinha vestido um dos
melhores conjuntos de roupa interior que tinha. Inconscientemente, coloquei as
mãos no peito de Ruben, que por sua vez parou olhando-me com carinho, fechei os
olhos para procurar a coragem dentro de mim, retirei as mãos do seu peito e
sorri-lhe. Ruben presenteou-me com um dos seus melhores sorrisos, carregado de
admiração e paixão, estes pequenos gestos, neste momento, faziam a diferença em
mim. Beijei-o novamente e a cada beijo trocado era como se fosse o primeiro,
sempre diferente dos anteriores, com algo a mais. Tinha a certeza, por este
homem eu moveria o céu e a terra. Um pequeno movimento dos seus dedos e o
elástico do soutien já não me apertava como antes, estava agora solto, voltei a
pousar totalmente sobre a cama e deixei que Ruben desviasse as finas alças para
depois mo tirar. Logo senti o meu peito contra o seu, os meus mamilos agora
endurecidos recebiam sensações estranhas vindas do corpo de Ruben, mas
deliciosas, enquanto ele soltava abafados gemidos entre a minha boca e o meu
pescoço.
Voltei a sentir o peso de Ruben a
afastar-se de mim, levantou-se enquanto os meus olhos o seguiam, agarrou as
suas calças para depois as deixar no chão novamente e num rápido movimento
livrou-se dos seus boxers. Meu deus, porque fui eu olhar?! Voltou a colar o seu
corpo ao meu, ao meu lado as suas mãos deixaram uma pequena embalagem prateada.
Sempre pronto, pensei, será que ele esperava por este momento há muito tempo? A
sua erecção voltou a tocar-me, agora de forma diferente, Ruben estava nu e
neste momento as minhas dúvidas sobre a minha nudez foram dissipadas.
Estávamos, de certa forma, de igual para igual. As suas mãos passavam pelos
meus quadris e os seus polegares acabaram por arrastar a única peça de roupa
que ainda tinha vestida. Estava maravilhada, o nervosismo de antes esquecido, o
que podia ser mais natural do que demonstrar o meu amor por este homem?
Beijámo-nos, então, mais uma vez, mas apaixonados do que nunca.
- És perfeita Madalena. Eu amo-te
tanto! – Sussurrou-me enquanto me olhava apaixonado, com gratidão. Sorri.
Ruben tomou o preservativo novamente
em suas mãos para coloca-lo, coloquei a minha mão direita sobre seu coração.
Estava descompassado, Ruben estava nervoso, podia dizê-lo.
- Tens a certeza amor? – O momento
tinha chegado e, apesar do seu nervosismo mal escondido, esforcei-me por também
eu não voltar a ficar nervosa.
- Sim. Por favor. – Sorri-lhe enquanto
colocava as minhas mãos nos seus largos ombros. – Ruben… Eu também te amo.
Ruben posicionou-me e eu enrolei as
minhas pernas em torno da sua cintura. Senti que unia os nossos corpos
lentamente e eu gritei surpresa. Senti a dor a invadir-me, uma sensação de
aperto dentro de mim. Ruben permanecia imóvel e observava-me com amor.
Retirava-se de mim com lentidão enquanto eu agarrava com força os seus braços
fortes, para depois voltar a entrar em mim. Voltei a soltar um gemido de dor e
as minhas unhas cravavam nas suas costas, deteve-se dentro de mim mais uma vez
para depois voltar a sair e a entrar tal como tinha feito anteriormente.
Continuava a soltar gemidos de dor enquanto Ruben abafava nos meus lábios
gemidos de prazer. Eu sabia que isto me iria magoar, sabia que em alguns casos,
na primeira vez nunca se chega a sentir prazer, só dor. Iria ser só dor quando,
pela primeira vez, me entregava a Ruben, por ele, por nós. Sabia que o olhava
com os olhos arregalados enquanto ele continuava lentamente a entrar e a sair
de mim para que o meu corpo aceitasse recebê-lo.
- Amor, estás bem? – A sua voz rouca
mal disfarçava o desejo, embora os seus olhos me observassem preocupados.
Concordei, queria que ele continuasse.
Algo mais forte, vindo de dentro de
mim, sobrepunha-se à dor causada pelo facto de Ruben estar dentro de mim. Ele
continuava a mover-se, senti o meu corpo finalmente aceitar este vai e vem.
Cada vez que ele entrava em mim a estranha sensação apoderava-se de mim, isto
era bom. Soltei um gemido descontrolado ao ouvido de Ruben, enquanto ele me
beijava o pescoço. Olhou-me maravilhado, podia dizer que havia gratidão no seu
olhar, e sorriu como só ele sabe fazer. Cada vez que ele entrava puxava o seu
corpo mais para mim, cravava-lhe as unhas nas costas na tentativa de controlar
todas as sensações que se apoderavam de mim. A dor estava mais calma, a minha
preocupação de isto não ser nada do que imaginei também. Começava a sentir
prazer porque ele estava dentro de mim, Ruben estabelecia entre nós um ritmo
lento e saboroso, o meu coração começou a bater forte, descompassado, a minha
respiração tornou-se irregular acompanhada da sua, as minhas pernas apertavam
mais a sua cintura sempre a sensação estranha crescia e o calor entre nós
aumentava.
Os movimentos de vai e vem eram cada
vez mais rápidos e intensos, os meus quadris começavam a mover-se com os seus.
Banhados numa fina camada de suor, ele pegou na minha cabeça com as mãos e
beijou-me, beijou-me mesmo! Senti a minha deusa interior desmaiar. O prazer
aumentava à medida que os nossos corpos se movimentavam em completa sintonia,
respirações ofegantes, todos os sentimentos que nutríamos um pelo outro à flor
da pele, ali demonstrados sem meias medidas. Construíamos ali a nossa história,
a estranha forma como nos vimos pela primeira vez, o primeiro beijo,
discussões, o primeiro “Amo-te”, a separação, a nossa relação, o “nós”!
Durante todo o tempo chamávamos um
pelo outro, como uma evocação, palavras de amor foram trocadas. As terminações
nervosas de todo o meu corpo despertaram mais uma vez, as nossas bocas abertas
respirando com dificuldade, gemíamos de prazer e comecei a sentir algo forte.
Era algo que crescia de dentro, joguei a cabeça para trás, as minhas unhas
cravaram-se com força nas costas de Ruben, as minhas pernas endureceram
apertando a sua cintura. Senti todo o meu corpo tremer, as minhas costas
arqueavam-se, a minha mente em branco. Ruben chamou por mim mais uma vez e
senti que o meu corpo tinha chegado ao limite, explodindo de prazer e por fim,
contraindo-se. Senhores, o que foi isto? Ruben continuou a mover-se dentro de
mim por breves instantes para depois gritar por mim e ficar imóvel. Ruben
deu-me um beijo na testa e encostou a sua à minha enquanto tentávamos controlar
as nossas respirações e os batimentos dos nossos corações. Agora sim, eu era
dele como nunca fui de ninguém. Olhámo-nos como nunca havíamos feito,
beijámo-nos com desejo, paixão avassaladora, gratidão, carinho, proteção e…
amor. Ruben retirou-se lentamente de mim e eu gemi, era uma sensação estranha,
como se me deixasse vazia. Sentia-me dorida, o meu corpo estava exausto mas eu
estava deliciosamente feliz.
Ruben sentou-se ao meu lado, retirou o
preservativo e puxou a roupa da cama que tínhamos afastado para nos tapar.
Envolveu-me com os seus braços colando o seu corpo ao meu, as suas mãos
acariciavam as minhas costas nuas e as minhas no seu peito. Olhávamo-nos com um
enorme sorriso estampado no rosto.
- Eu amo-te Ruben – Sussurrei com a
voz carregada de sinceridade.
- Eu também te amo princesa. –
Devolveu-me. Vi a sua expressão mudar e ele continuou. – Não me deixes
novamente, Madalena.
- Eu não vou! – Garanti-lhe.
- Nunca mais! – Suplicava-me.
- Não, nunca mais! Não ia suportar
afastar-me de ti novamente, Ruben.
Ele relaxou, os seus lábios estavam
novamente contra meus, exigentes, desesperados, e eu recebi-o, acalmando-o,
enquanto a sua língua invadia a minha boca e convidava a minha para um bailado.
Quebrámos o beijo e eu passei-lhe os dedos pela barba mais uma vez, fechei os
olhos e adormeci nos braços do homem da minha vida.
Obrigada por nunca desistirem :)