“Imagine uma nova história para a sua
vida e acredite nela” (Paulo Coelho)
A água quente batia no meu peito e
percorria o resto do corpo. Continuava com a mente preenchida com o que tinha
acontecido há horas atrás. Sabia que não era a Madalena que fui antes de me
envolver com Ruben, não era mais aquela jovem que acreditava piamente que “no debemos seguir guiadas por un hombre”,
tinha descoberto novas fraquezas e novas forças. Também tinha de me desculpar,
e muito, a Ruben, tinha cometido erros atrás de erros e cada um maior que o
outro. Embora que, por esta altura, Ruben já me tinha certamente perdoado.
Já não dava para adiar mais, fechei a
torneira, sequei o corpo e o cabelo e segui para o quarto onde iria perder uns
minutos a escolher o que usaria. Optei por um vestido preto, oferecido no
Natal, mas nunca antes usado, uns sapatos e mala a condizer, um pouco de
maquilhagem com tons naturais, perfume e, bem, estava pronta, pelo menos
apresentável estava. E nervosa.
Ruben insistira em me vir buscar a
casa e estes poucos minutos que tive de esperar pareceram-me eternos. Devo ter
percorrido o trajecto entre o sofá da sala de estar e o copo de água que estava
em cima da mesa da cozinha pelo menos umas cinco vezes, se não mais. Ia ser
apenas mais um jantar como tantos outros que tivemos, não entendia o porquê de
tanto nervosismo, mas que estava nervosa, estava.
A campainha finalmente tocou, ele
estava à porta do prédio à minha espera. Verifiquei que tinha carteira, chaves e
telemóvel na mala e chamei o elevador que não tardou a chegar. Cliquei no botão
“0” e, num instante, estava em frente àquele por quem tanto tinha esperado.
***
Ruben abriu a porta para eu entrar no
restaurante e seguiu-me, rapidamente um dos empregados de mesa veio ter
connosco e indicou-nos uma das mesas do outro lado da sala já reservada. Poucos
minutos passaram quando os nossos pedidos pousaram sobre a mesa. Num ambiente
em tons de pastel a conversa entre nós fluía lentamente mas nunca tocando em
certos pontos, de frases feitas a temas banais.
- Sim, as aulas estão a correr bem. –
Respondi.
- Mas só terminas o curso no próximo
ano, não é?
- Sim. – Levei o garfo à boca e voltei
a interromper o silêncio que se impunha. – E como estão a correr os treinos?
- Bem, acho que estamos num bom
caminho e é uma vantagem para nós estarmos em primeiro lugar no campeonato.
- Hum. – Agora sim, os temas de
conversa haviam-se esgotado, o silêncio instalara-se durante uns minutos e eu
inundava-me em pensamentos. Num ato descuidado deixei um dos talheres cair
sobre o prato, voltei a acordar assustada com o barulho provocado e Ruben olhou
para mim. Pousei, então, os talheres e falei. – Ruben, nós temos de falar do
que aconteceu, estamos aqui a dar conversa e não dizemos nada.
- Não há nada a dizer, é passado, não
importa.
- Ai, para de ser assim tão
compreensivo comigo. Eu magoei-te e tu nem me deixas pedir-te desculpas, porque
dizes que está tudo bem.
- A culpa não foi só tua. Eu também te
devia pedir desculpa.
- Desculpar-te? Tu é que… - Os seus
dedos tocaram nos meus lábios, interrompendo-me. Sorri.
- Estás desculpada, amor. – Sorriu-me.
O jantar terminou melhor do que tinha
começado. À saída o empregado de mesa que nos tinha recebido e servido
devolvera os nossos casacos a Ruben que tratou de mo vestir. Repetiu o gesto de
quando entrámos, saí do restaurante e ele seguiu-me.
***
Acabámos por ir à nossa praia, a praia
do Baleal. Sentámo-nos na areia, agora fria. Sentia a respiração de Ruben no
meu pescoço, uma vez que estava sentado atrás de mim. Os seus braços
rodeavam-me, as minhas costas junto ao seu peito e de certa forma conseguia
sentir os batimentos do seu coração e a sua respiração compassada fazia-me cócegas.
- Tive saudades disto. – Disse Ruben
enquanto me dava leves beijos no pescoço.
- Tiveste?
- Hum, hum. – Os seus beijos subiam
até à linha do maxilar provocando-me arrepios.
- Muitas?
- Demasiadas. – Exercendo força com os
seus braços, Ruben puxou-me um pouco mais para si.
- Do que sentiste mais saudades?
- Oh senti saudades de tudo. De dormir
contigo, do teu mau humor logo pela manhã, dos teus beijos, e… e disto… - Senti
a sua língua percorrer todo o caminho desde a linha o maxilar até terminar num
doce beijo no ombro que me fez tremer que nem varas verdes, e empurrou o casaco
que vestia despindo-mo. - … e disto… - Um dos seus braços abandonou então a
minha cintura e pousou então na minha perna onde, com uma certa avidez, fez com
que eu rodasse e ficasse de frente para ele.
Coloquei as minhas pernas em torno da
cintura de Ruben que se fez cair sobre mim, ficando eu deitada na areia fria.
Puxei-o mais para mim e ele cedeu. Beijámo-nos, primeiro delicadamente, mas à
medida que as nossas caricias se tornavam mais fogazes e o desejo aumentava,
também os beijos que trocávamos se intensificaram. As mãos de Ruben apertavam
as minhas coxas e o vestido que usava subia. Senti a sua pele quente em
contacto com a minha, fria, das coxas e em cada toque mais ousado seu eu
estremecia. As minhas mãos deixaram então o rosto e o pescoço de Ruben e
pousaram nas suas costas. Abandonou a minha boca e percorreu, mais uma vez, a
linha do maxilar até enterrar o seu rosto nos meus caracóis soltos.
- Amo-te. – Sussurrou.
- Eu sempre te amei. – Devolvi
sinceramente.
Os seus lábios uniram-se novamente aos
meus e as nossas línguas reiniciavam novamente o bailado que há pouco tinha
cessado em beijos apaixonados. O desejo que ali nos mantinha era palpável, a
mão de Ruben subia em direção ao meu peito onde, depois de acariciar a zona
descoberta, e depois de um pequeno impulso, senti a sua mão algures nas minhas
costas. Percebi então que Ruben se preparava para me desapertar o fecho do
vestido. Não via razão para que adiasse mais a minha entrega a Ruben, mas não
ali. Embora fosse de noite estávamos num local onde qualquer pessoa poderia
aparecer. E aliás, não tinha sido assim que tinha imaginado.
- Ruben… – Chamei ofegante.
- Amor… - Sussurrou dando-me pequenos
beijos no peito enquanto ia descendo o fecho.
- Ruben. – Coloquei as mãos no seu
peito e tentei empurra-lo.
- Eu amo-te tanto… - Disse novamente
enterrando o seu rosto nos meus caracóis.
- Amor, aqui não. – Ruben ofegante olhou-me,
acariciei-lhe o rosto pedindo desculpa com o olhar e ele sorriu-me.
Deixei de sentir o peso de Ruben sobre
mim, percebi que voltara a sentar-se na areia e aninhou-me junto de si,
apertando-me de novo o vestido.
Vários minutos passaram e
continuávamos na praia a ouvir as ondas, entre beijos delicados e apaixonados e
caricias. Com o avançar da noite o vento soprava mais intensamente o que me
causou arrepios e instintivamente juntei-me mais a Ruben. Não tardou muito até
que voltássemos a sentir o calor acolhedor do interior do carro de Ruben.
***
Senti a mão
livre pousar na minha perna, estava quente. Olhei-o. Ruben concentrado
levava-nos a percorrer as ruas iluminadas de Lisboa. Olhei pela janela, estava
uma noite límpida o que me permitia ver as estrelas e, embora a minha cabeça
ainda estivesse um pouco indecisa, sabia que o nosso momento estava para breve.
E isso, deixava-me nervosa.
Ain PERFEITO! O PROXIMO RAPIDO!
ResponderEliminarbeijinho*
Adorei ADorei Adorei :)
ResponderEliminarPróximo!!
bjs
Apesar de ser pequenino (para mim foi pequenino) gostei muito do que li, agora quero mais, esta noite como irá terminar? Espero que bem, eles merecem.
ResponderEliminarContinua
Beijos
Fernanda
Quando vem o próximo?
ResponderEliminarContinua!
Bjs
Amei, amei, amei. Quero mais!! xD
ResponderEliminarQuero mais!! Posta rápido :)
ResponderEliminarBeijinhos
quando voltas a publicar?
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