“Os ventos que às vezes tiram algo que amamos, são os mesmos que trazem
algo que aprendemos a amar. Por isso, não devemos chorar pelo que nos foi
tirado e sim, aprender a amar o que nos foi dado, pois tudo aquilo que é
realmente nosso nunca se vai para sempre” (autor
desconhecido)
Sentia o sol primaveril entrar pelas persianas que tinham ficado
ligeiramente abertas durante a noite. Aquela maravilhosa noite, a noite em que
me entreguei de todas as formas possíveis ao homem que amava, não apenas porque
o amava, mas por ele, por nós, porque agora, mais do que nunca, tinha a certeza
que Ruben era o homem da minha vida. No ar, o cheiro de frutas da época e das torradas,
o som da torradeira, e o mais brilhante de tudo, a voz doce de Ruben que na
cozinha cantarolava alguma música. Preguiçosa e com um enorme sorriso estúpido
na cara, aqueles que fazemos quando estamos realmente apaixonados, arrastei um
braço para o lado da cama onde Ruben dormira, estava frio. Sem abrir os olhos,
arrastei-me para o seu lado, e voltei a adormecer enroscada na sua almofada,
embalada pelo seu perfume.
Segundos, ou minutos, depois, ouvi a porta do quarto a abrir lentamente,
o pousar de algo em cima da mesa-de-cabeceira. Sabia que tinha pequeno-almoço
na cama e cheirava divinamente bem. Ruben entrou novamente dentro dos lençóis,
senti-o a unir o seu peito despido às minhas costas. Enchia-me de leves beijos
na cara, na orelha, na nuca, que me provocavam deliciosos arrepios enquanto
soltava tímidos suspiros, os seus dedos suaves percorriam as minhas costas nuas.
Se tudo estivesse a ser apenas um sonho eu não queria acordar.
- Amor. Acorda princesa. – Sussurrava enquanto continuava a desenhar
trilhos de beijos em mim.
- Humm, não.– Senti o seu sorriso na minha nuca e a sua respiração
fazia-me cocegas. – Eu não quero acordar.
- Por quê?
- Se tu fores um sonho, quero ficar nele para sempre! – Senti a sua
língua e logo depois uma pequena mordida no meu ombro.
- E agora? Ainda achas que estás a sonhar? – As suas provocações estavam
a deixar-me louca, os beijos cada vez mais intensos, as suas mãos viajavam
entre a minha barriga e pernas puxando-me mais contra si, diminuindo assim mais
a distância entre os nossos corpos nus.
- Ruben, assim não vale.
- Trouxe-te o pequeno-almoço, bebé. – Mordeu-me o lóbulo da orelha.
- Agh. – Gemi e finalmente abri os olhos. Nada tinha sido um sonho, Ruben
tinha acordado ao meu lado, tinha aquele brilho nos olhos e aquele gigante
sorriso estampado no rosto pelos quais eu era capaz de percorrer todo o mundo
só para os ver e ter por um segundo. – Bom dia amor. – Virei-me de barriga para
cima para poder ficar cara a cara com ele, passei os meus dedos pela sua barba
de dois ou três dias e, por fim, beijei-o.
- Bom dia. – O sorriso ampliou-se ainda mais. – Estás linda hoje,
princesa.
- Estou feliz. Tenho o meu bebé de volta e a noite de ontem foi a melhor
da minha vida. – Disse espontaneamente para depois ficar envergonhada com a
sinceridade das minhas palavras.
- E estás bem? – O seu olhar analisava o meu.
- Estou. Estou ótima, maravilhosa e completamente apaixonada por ti.
- Amo-te. – Beijou-me. – Nestas últimas horas fizeste de mim o homem mais
feliz do mundo.
- Eu amo-te mais. Ontem percebi o quanto me amavas. Que mesmo depois de
tudo o que te fiz, ainda me amavas. Isso foi uma revelação para mim. – Olhei-o
nos olhos. – Rúben, eu vou lutar por nós, contra tudo e contra todos, para
sempre!
- Sabes que nunca mais te vou deixar ir, não sabes? Seja por que razão
for. Estes meses foram uma tortura para mim, não vou passar por isto novamente.
- Eu não vou, nunca mais. Serei sempre só tua, e agora, de corpo e alma.
É a ti que eu quero ao meu lado hoje, amanhã e para sempre!
- Oh bebé. – Beijámo-nos novamente. O clima entre nós começava a aquecer,
as minhas palavras eram mais do que uma verdadeira declaração de amor, eram uma
promessa para a vida, uma promessa que eu pretendia cumprir. Aquele homem tinha
despertado em mim sentimentos que estavam há muito tempo guardados e outros que
nem sequer conhecia. As nossas línguas bailavam coordenadas, as nossas mãos
acariciavam, agarravam e sentiam os nossos corpos perdidos no amor. Deixei
soltar um pequeno gemido aos ouvidos de Rúben e senti o seu sorriso. – Amor, o
café e as torradas estão a arrefecer. – Disse e separou-se um pouco mais de mim
deixando-me a querer mais. Suspirei, o que provocou uma gargalhada a Rúben.
Rúben sentou-se na cama e eu segui-o. Alcançou o tabuleiro com o nosso
pequeno-almoço e colocou-o apoiado em nós dois. Torradas, café exatamente como
eu gostava, sumo de laranja natural, croissants e um pratinho com fiambre e
queijo. Contentei-me apenas com um café, sumo e torradas, enquanto via Rúben a
devorar tudo o resto. Eu não sei o que lhe faziam nos treinos, mas credo,
aquele rapaz comia como um cavalo, mas era adorável de assistir.
Quando terminou, voltou a pousar o tabuleiro em cima da mesa-de-cabeceira
e eu, acariciando-o carinhosamente na face, voltei-me a enroscar nele.
- Tens alguma coisa para fazer hoje? – Perguntei-lhe enquanto ele
brincava com o meu cabelo.
- Não, quer dizer, para além de querer passar o dia todo contigo. – Senti
o seu beijo na minha cabeça e eu sorri.
- O dia todo? – Perguntei esperançosa.
- Sim, isto é, se não tiveres nada importante para fazer, coisas da
faculdade ou assim.
- Não, não tenho nada.
- Então podíamos ir dar um banho os dois, ou vais tu primeiro, como
preferires. Depois podíamos ir passear, namorar ao pé do Tejo, e podíamos ficar
a almoçar por lá. Depois não sei, só quero estar contigo, princesa.
- Isso parece-me um programa.
- Sim, e à noite gostava que viesses comigo. O meu irmão insistiu que
fosse jantar com ele, diz que eu preciso de me divertir. – Acho que nunca tinha
sequer pensado como tinham sido os seus dias enquanto tivemos separados, sempre
coloquei a hipótese que seriam semelhantes àqueles que nós tínhamos vivido, mas
aparentemente não. O meu coração apertou um pouquinho. Alguma vez eu iria
conseguir recuperar todo o tempo perdido e apagar a dor que lhe causei?
- Tudo bem, eu vou. – Sorri-lhe, tinha esperança de conseguir esconder a
tristeza que sentia ao pensar nisso.
- O que é isso? Que carinha triste é essa? – Os seus dedos, no meu
queixo, obrigavam-me a olhar para ele, para os seus olhos preocupados.
- Nada… é só que… eu não te queria causar dor, nem queria que deixasses
de te divertir por minha causa.
- Amor. – Beijou-me suavemente. – Amor, já passou, não vamos pensar
nisso, por favor. – Voltou a beijar-me, um beijo apaixonado, urgente, exigente.
As suas mãos em ambos os lados da minha face não permitiam o meu movimento. O
seu corpo quente pressionava o meu e o desejo aumentava. Ruben carregou-me para
o seu colo, de frente para si, as suas mãos devoravam a minha pele, enquanto
lhe puxava os pequenos cabelos acima da nuca a cada onda de desejo. Estava
perdida, de um momento para o outro estava deitada e senti o peso de Rúben sobre mim. Os seus lábios agora viajavam pelo meu pescoço, para baixo, não
ignorando, desta vez, o meu peito. Sabia que Rúben brevemente uniria os nossos
corpos e eu não tinha proteção em casa.
- Rúben. – Chamei embora não o tivesse detido. – Rúben, amor, pára. – Mal
reconheci a minha voz, morta de desejo.
- O que foi, bebé? Queres que pare?
- Uh, não… - Suspirei. – Eu não tenho preservativos. – Rúben sorriu-me,
alcançou as suas calças caídas no chão, retirou um de dentro do bolso e
entregou-me o. «Oh escoteiro». Embora por breves instantes, o pensamento ocupou
a minha mente, Rúben estava à minha espera, à espera que deixasse os meus medos
de parte para me poder entregar a ele da única forma que faltava até ontem à
noite. Entreguei-me novamente a Rúben, os meus pensamentos evaporaram-se, os
terminais nervosos do meu corpo recebiam tudo o que Rúben me transmitia com as
suas caricias, com os seus beijos. Estava a ficar fora de mim e Rúben acabou
por unir os nossos corpos. A sensação de o ter dentro de mim ainda era estranha,
por um lado, ao início, ainda era invadida pelas dores de o ter dentro de mim,
embora fossem menos intensas que na noite anterior, mas depois era como se
crescesse a sensação de vazio, como se ele tivesse sempre lá estado. Acima de
tudo, reinava o amor sentido de ambas as partes, era quase palpável.
***
Após um banho relaxante, encarámos a linda manhã primaveril de mãos
dadas, não queria saber se alguém o iria reconhecer, se alguém iria olhar ou
comentar. Sabia que, quando me entreguei a Rúben, tinha aceitado a pessoa que
ele é, o amigo, o namorado, o companheiro, o futebolista, e talvez tenha sido
um dos contras da nossa primeira tentativa, anteriormente queria o Rúben apenas
fora das quatro linhas, mas se não aceitasse a pessoa que ele é na totalidade
não o teria no seu todo, e era mesmo isso que eu queria. A nossa história não
tinha começado da melhor forma, mas como sempre ouvi dizer “Amar não chega
quando não se ama o suficiente”, e entre nós os dois havia amor para suportar
tudo e todos, agora tinha essa certeza. O meu lugar é ao lado de Rúben, e vou
lutar por isso, haja o que houver!
Fantástico...
ResponderEliminarQuero mais... Tou super curiosa para ver o próximo...
Continua...
Haja o que houver :P adoro essa música
ResponderEliminaroh que fofinhos <3
ResponderEliminaradoro adoro adoro!!! :)
Quero um Ruben destes para mim!!!
Beijinho
gosto muito da tua fic, tenta escrever :)
ResponderEliminarbeijinhos