sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

2º Capítulo: Falar demais.

 Tinha a sensação de ter adormecido à meros minutos, quando ouço a campainha tocar. Levantei-me do sofá a custo, estava cansada da viagem e precisava de dormir. Eram as minhas amigas e confidentes, Maria, Joana e Sofia, aquelas que me acompanharam desde que vim para Lisboa.

 Aquelas meninas eram apaixonadas pelo David Luiz (ou pelos seus caracóis), e como a equipa do Benfica não tinha treino hoje devido ao jogo de ontem (que ainda me estava na azia), pensaram que talvez o ídolo e outros colegas de profissão passassem pelo salão de Bowling do Colombo. Ainda tentei que elas fossem sem mim, mas expulsaram-me da minha própria casa, e quando dei por mim já estava a caminho do Centro Comercial.

 Enquanto a Maria estava na fila para pedir as bolas e os ténis apropriados para a prática daquele jogo, fomos escolhendo a pista. Embora o salão estivesse quase vazio, não tinha muito por onde escolher, pois se eles aparecessem naquela tarde para jogar, elas teriam de ficar ao pé da pista deles, sem discussão possível.

 O Bowling não era o meu forte, quando estava prestes a desistir de jogar e ficar só como espectadora, chegaram três homens, três homens que reconhecíamos onde quer que fosse. David, Javi e Ruben. As meninas entreolharam-se, estavam contentíssimas. Continuaram a jogar, mesmo ao lado da pista onde os jogadores se encontravam, tal como tinham previsto. Já eu desisti, não tinha jeito para aquilo, então sentei-me num dos bancos em frente à pista.

 Sem nada para fazer, dirigi-me ao balcão e pedi uma folha e um lápiz ao empregado, percebi que tinha achado extremamente estranho aquele meu pedido. Não tinha nada para fazer e desenhar pareceu-me uma forma de passar o tempo. Uns traços para aqui, outros para ali, algo começou a ganhar forma. Desenhara a mesma figura masculina que no dia anterior. Aquela figura que se encontrava amarrotada no bolso do meu casaco. A figura cujo dono se encontrava a poucos metros de mim.

 Ruben.

 Ruben era o nome daquela figura que estava mesmo ali, ao vivo e a cores, e quando comparado com o meu desenho, parecia perfeito.

 Horas tinham passado, e já as razões de permanecermos ali iam embora. Ruben passou pela parte de trás do banco onde eu estava sentada, em direção à saída e, provavelmente, por pura curiosidade, olhou para o pedaço de papel que segurava na mão. Nem percebi que se reconhecera. Entrou novamente no recinto das pistas e sem me dirigir uma única palavra tirou-me o pedaço de papel da mão e autografou-o. Naquele momento fiquei constrangida. Na minha cabeça eu gritava: Oh meu Deus! É o Ruben Amorim! Oh meu Deus! O que é que eu faço? Gritava por dentro, mas por fora estava completamente calada.

 Devolveu-me o papel, e com um sorriso magnífico esculpido disse-me:

 - Olá. Sou o Ruben, mas acho que isso já sabes. - Estendeu a mão com o objetivo de me cumprimentar, mas hipnotizada como estava só consegui ficar a olhar para ele. - E tu tens nome?

 O David e o Javi permaneciam atrás do meu banco, soltando pequenas gargalhadas devido ao meu estado. Ordenei ao meu cérebro que parasse de gritar e acalmei-me.

 - Eu... eu sou a Madalena. - Estava tão envergonhada que se pudesse ter-me-ia enfiado num buraco.

 - Desenhas muito bem. Parabéns! Acho que até fiquei bonito, não tanto como sou obviamente. - Brincava ele. - Estou a brincar. - Descansou-me.

 - Sim, era nisso que estava a pensar antes de me tirares a folha da mão. - Desta vez foi o Ruben que não respondeu.

 Estava a entrar na brincadeira, os seus amigos ajudavam-me.

 - Oh coisa linda, cê não acha melhor calar essa matraca e pedir o número à garota? - O David Luís interveio na conversa. Intervenção essa que me deixou novamente constrangida.

 Junto à pista, as meninas estavam perplexas. E ainda ficaram mais com a minha resposta.

 - Não te incomodes a dizer 'não'. Foi um prazer falar convosco. - Despedi-me de forma educada e fiz sinal às meninas para irmos embora. Mas antes deixei o desenho com o Ruben.

 O Ruben e o Javi fuzilaram o David com o olhar. Este percebeu que tinha feito asneira e quando se ia dirigir a nós já tínhamos saído do salão.

 Dias passaram desde aquele momento, e eu apesar de andar ocupada com as aulas e os exames, ainda tinha tempo para sonhar em voltar a ver o Ruben.

1 comentário:

  1. Olaaaaaaaaaaaa


    Ameiiiiiiiiiii (:

    Tens todo o meu apoio e podes contar comigo (:

    Continua :D


    beijinhos

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