sábado, 3 de dezembro de 2011

3º Capítulo: Persistência, qualidade ou defeito?

 O despertador tocava e eu implorava para que ele se calasse, mais um dia preenchido se adivinhava. Ganhei coragem, levantei-me, segui para o banho e passados vinte minutos já estava de saída.

 Desejava, ansiosamente, que aquela manhã de aulas passasse rápido. Tinha combinado com as minhas três companheiras uma ida ao Colombo a fim de começar as compras de Natal. Estávamos a menos de um mês deste dia e já as crianças andavam completamente eufóricas para ver o Pai Natal e para abrir os presentes que lhes era oferecidos. Eu também adoro esta época, não pelo motivo pela qual é celebrado, mas para poder estar com a família que raramente vejo durante o ano inteiro, para poder ver as crianças felizes com os seus brinquedos novos. E claro, é sempre uma boa desculpa para quem gosta de compras.

 O trânsito àquela hora era uma coisa terrífica, condutores impacientes buzinavam energeticamente, as filas eram cada vez maiores e aquele modo de para-avança cansava. Quando cheguei ao meu destino já ia um pouco atrasada. Encontrei-me com elas no restaurante onde iriamos almoçar. Adorava aquelas refeições, só o facto de saber que não eram saudáveis ainda as tornavam mais apetitosas.

 O empregado dirigiu-se a nós, e pela cara que a Sofia fez percebemos que o achara interessante. Por compreender a vergonha que estava a passar ao ficar com a cara vermelha, fiz o pedido para nós as duas, não dando espaço para que as restantes se lembrassem de mandar alguma indireta, ou talvez demasiado direta, para o ar. Agradeceu-me com o olhar. Almoçámos entre brincadeiras e conversas, risos e gargalhadas. Comoera bom estar com elas.

 A tarde passara a correr, mas tínhamos cumprido o nosso objetivo. Os presentes estavam comprados e ainda tivemos tempo para nos presentear a nós próprias. Era nestas alturas que gostava de ter um namorado, não só para carregar os sacos que estavam pesadíssimos, mas também para poder estar ao lado de uma pessoa que me amava. Para que quando olhasse para outros casais não sentisse um pouco de inveja, não era uma inveja má, eu não lhes desejava mal, apenas queria estar como eles estão, principalmente nesta época do ano onde sentimentos como o amor se sobrepõem a todos os outros.

 A hora de jantaraproximava-se, as meninas preferiram ficar para jantar por ali para depois irem ao cinema. A proposta era tentadora, mas tive de recusar, para além de estar cansada, amanhã as aulas começavam bem cedo. Despedi-me delas e segui em direção ao parque de estacionamento.

 Ia envolta nos meus pensamentos quando cheguei ao parque de estacionamento. A escuridão predominava, as luzes estavam fracas, sempre tive medo de espaços assim. O meu sentido de orientaçãoem grandes recintos era péssimo e com esforço consegui encontrar o meu carro. Caminhava um pouco atrapalhada, tentava segurar em todos os sacos para que não caísse nenhum e ao mesmo tempo remexia na mala na esperança de encontrar as chaves.

 - Por que é que se escondem de mim? - Garreava com as chaves perdidas enquando tentava aproximar a mala da cara.

 - Au! Tenha cuidado. - Acabara de ir contra um senhor sem intenção.

 - Oh. Desculpe. Magoou-se?

 Ao virar-me para trás para poder ver a cara da pessoa, ela responde:

 - Eu não me magoeu, mas de certa forma podias recompensar-me, podias-me ter magoado seriamente. - Encarei Ruben que estava acompanhado de quem eu pensava ser o seu irmão Mauro.

 - Ruben? Mais uma vez peço desculpa, foi sem inteção. - Disse dirigindo-me ao carro que ja estava tão perto.

 - É agora que me dás o teu número?

 - Tu não queres o meu número. Se não te importas eu vou embora, já é tarde.

 - Deixa-me ao menos ajudar-te com isso. Onde está o teu carro?

 - Não é preciso, obrigada. Tem uma boa noite.

 Segui em frente, embora ouvisse passos atrás de mim e na minha direção. Abri o carro como se nada fosse, guardei as compras nos bancos de trás e ao abrir a porta do condutor um braço bem mais forte que mo meu fechou-a novamente.

 - Desejas mais alguma coisa? - Perguntei de forma um pouco mais rude do que era suposto.

 - Vem jantar comigo.

 - Estás acompanhado.

 - O meu irmão veio ter com a namorada. Estou sozinho.

 - Não posso, está a ficar tarde.

 - Então dá-me o teu número. - Facto: O Ruben era uma pessoa persistente.

 - Ruben, o meu grande sonho não é conhecer um jogador de futebol, sem ofensa. Mas sou bem mais complexa do que isso. E deixa-me dizer-te que não é por teres o estatuto que tens que vais conseguir tudo o que queres.

 - Ei, não é preciso ofender!  Não é graças ao meu estatuto que tenho tudo o que tenho, é graças ao meu trabalho! Queria apenas conhecer-te, não é todos os dias que encontro uma artista como tu e muito menos, digamos, civilizada.

 - Parece-me um elogio...

 - E é. Agora aceitas jantar comigo, dás-me o teu número ou foges.

 Não gostava que me vissem como uma perdedora, esses sim fugiam. Como já era tarde acabei por lhe dar o meu número de telemóvel. Colocou aquele sorriso lindo nos lábios e despediu-se de mim com um beijo na cara. Quando virou costas, entrei e senti-me corar.

 Depressa cheguei a casa, sentia-me exausta. Fui até à cozinha e preparei uma refeição leve e rápida, não tinha vontade de fazer algo mais demorado. Depois de jantar, dirigi-me ao quarto desejosa de uma noite de sono. Deitei-me e quando me preparava para dormir, o sinal de nova mensagem soou vindo do meu telemóvel. Não conhecia o número por isso imaginei de quem seria e abri a mensagem.

Não me esqueci do jantar.
Amanhã, pode ser?
Beijo, espero que não me tenhas enganado com o número.
Ruben

 Acabei de ler a curta mensagem com um sorriso nos lábios, respondi positivamente e adormeci.



Deixo-vos mais um capítulo. Espero que gostem.
Peço-vos que deixem a vossa opinião, pois é importante para a minha desisão de continuar a história ou não.

Beijinhos, Jéssica

1 comentário:

  1. Olaaaaaaaaaaaa


    Ameiiii :D


    E quero que continues com a história (:



    Beijinhos

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